"(...)ERAo que já não existe.
Ser um resto, escapa isto à linguagem humana. Já não existir e
persistir,estar no abismo e FORA, reaparecer por cima da M + R T + ,
como insubmersível, há uma certa quantidade de i m p o s s í v e l
confundida com tais realidades. DAÍ O INDIZÍVEL.
Aquele SER-seria um ser?- aquela testemunha escura era um resto, e um resto
T E R R Í V E L. RESTO DE QUÊ? (...)
Aquele ser expirado estava despojado. (...) já não tinha medula nos ossos, nem entranhas no ventre, nem voz na garganta.
Um cadáver é um bolso que a morte volta
e e s v a z i a.
se tinha um eu onde estava esse EU?(...)
Existem no mundo realidades que são como que portas para o desconhecido, por onde parece
possível a saída do p e n s a m e n t o , e onde se precipita a
H I P Ó T E S E (...)
Se passarmos em certos lugares e diante de certos objectos, não poderemos fazer outra coisa que não seja
parar presa dos sonhos ,
e deixar o espírito avançar lá dentro.
há no indizível obscuras portas entreabertas. (...)
Era a prova da matéria inquietante, porque a matéria diante da qual se treme é a ruína da alma. Para que a matéria nos perturbe, é preciso que o espírito a
tenha habitado (...)
O ilimitado, não restringido por uma árvore, por um tecto, por um transeunte, por coisa
alguma(...)Quando pendendo a imanência sobre nós, céu, abismo, vidatúmulo, eternidade, se
tornam patentes, é então que sentimos tudo inacessível.Quando se
abre o infinito não há
encerramento mais formidável(...)"
in "O Homem que ri" de Vítor Hugo
T U (só tu sabes quem és, meu " encerramento formidável")
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