“ A singularidade que esta rocha apresentava era ter,
do lado do mar,
uma espécie de cadeira natural,
cavada pelas rochas
e polida pela chuva.
(...)
atraídos insensivelmente pelo encanto soberbo dos vastos horizontes.
(...) apresentava-se-nos à vista,
formando uma espécie de nicho no corte direito da rocha;
era fácil subir até àquele nicho;
o mar, que o tinha cavado ,
formara também na parte inferior uma quase escada de pedras chatas,
comodamente dispostas;
o abismo tem destas cortesias,
devemos sempre desconfiar das suas urbanidades;
(...)subíamos maquinalmente e sentávamo-nos;
(...) por assento, o granito gasto e arredondado pela espuma,
por braços, duas tortuosidades que pareciam ter sido feitas de propósito,
e por encosto, toda a alta muralha vertical do rochedo,
que admirávamos pela parte superior,
sem sequer pensarmos na impossibilidade de a escalar.
Nada mais fácil do que deslembrarmo-nos de tudo,
sentados naquela poltrona;
descobria-se ali o mar todo,
via-se ao longe;
era um espectáculo maravilhoso;
olhávamos, gozávamos, extasiávamo-nos,
sentindo as carícias da brisa e da onda;
(...) De repente acordava-se. Era já tarde.
A maré tinha alteado pouco a pouco. A água envolvia o rochedo.
Estávamos perdidos.Terrível bloqueio é o mar no seu fluxo.”
in “Os Homens do mar” , Vítor Hugo
apesar das dificuldades, e de andarmos perdidos neste mundo universitário , não me importo de voltar atrás e de refazer todas as minhas dúvidas ( martaf)
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