4.2.05

INEXPLICÁVEL

"(...)Todo o coração se lhe encheu

de um arroubado êxtase;

e seu arfado peito,

palpitando com violência, respirava apenas.

Imóvel, e com os olhos fitos, contemplava ele aquele astro

de consolação e

esperança.

E parecia-lhe que aquele raio de luz,

partindo do seio da noite, da habitação em que

existia toda a sua felicidade, lhe trazia alguma coisa (...)

Ah! não o duvidemos, através dos tempos e dos espaços,

as almas têm por vezes

algumas correspondências misteriosas .

Debalde o mundo real ergue as suas

barreiras entre dois seres

que se amam; habitantes do mundo ideal,

eles estão presentes na

ausência
e unem-se(...)



Que podem, pois, influir as separações corporais,

as distâncias físicas sobre dois corações

ligados invencivelmente por um só pensamento,

por um só e comum desejo ? "

in "Han de Islândia" , Vítor Hugo


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