“No princípio, quando Deus criou os céus e a terra,
a terra era informe e vazia,
as trevas cobriam o abismo,
e o espírito de Deus movia-se sobre a superfície das águas.”
“a queda
Subitamente só. Desamparado, desabrigado.
As referências espaciais e temporais diluídas num turbilhão:
a queda brutal e desprotegida do homem (...)
A condenação eterna marca a presença humana.
Imprime-lhe a nostalgia ancestral que todas as realizações humanas exibem.
Sonha-se com o voo até ao paraíso perdido.
Sonhou-se com o reencontro com o paraíso ainda na terra...
mas a terra é inóspita. Dura. Exige esforço.
Exige amor. (...)
aprender
e aprendeu-se o amor.(...)
O homem descobriu que possuía um corpo
e que esse corpo estava num espaço.
Que necessitava de tempo para percorrer esse espaço.
Sentiu frio, calor, fome.
Sentiu a solidão que se sente
num campo aberto, vazio de referências.
Teve que amar para subsistir.(...)
babel
(...)a nossa necessidade é ainda o paraíso.
Ergue-se Babel.
A torre para chegar ao céu.
Tocar a mão de deus
através da construção da terra.
Mas Babel desfaz-se.
E outra vez o homem perde-se.
Mergulha ainda mais fundo
nas trevas
da incompreensão.
Agora já nem o outro consegue entender.
Está ainda mais só(...)
Inventa-se a arte que nos reinventa.
O homem apresenta-se e representa-se na tragédia, mimesis da vida.
A sempre presente nostalgia do paraíso é o destino do homem."
in "hardblog.blogspot.com",por jMAC 13/01/2004
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