8.2.05

"No princípio(...)informe e vazia(...)sonha-se(...)paraíso perdido(...)! aprendeu-se o amor(...)possuía um corpo(...)TOCAR A MÃO DE DEUS(...)"

“No princípio, quando Deus criou os céus e a terra,
a terra era informe e vazia,



as trevas cobriam o abismo,
e o espírito de Deus movia-se sobre a superfície das águas.”



“a queda

Subitamente só. Desamparado, desabrigado.

As referências espaciais e temporais diluídas num turbilhão:
a queda brutal e desprotegida do homem (...)



A condenação eterna marca a presença humana.
Imprime-lhe a nostalgia ancestral que todas as realizações humanas exibem.


Sonha-se com o voo até ao paraíso perdido.

Sonhou-se com o reencontro com o paraíso ainda na terra...


mas a terra é inóspita. Dura. Exige esforço.

Exige amor. (...)





aprender

e aprendeu-se o amor.(...)
O homem descobriu que possuía um corpo


e que esse corpo estava num espaço.
Que necessitava de tempo para percorrer esse espaço.


Sentiu frio, calor, fome.
Sentiu a solidão que se sente


num campo aberto, vazio de referências.

Teve que amar para subsistir.(...)




babel
(...)a nossa necessidade é ainda o paraíso.




Ergue-se Babel.
A torre para chegar ao céu.



Tocar a mão de deus
através da construção da terra.



Mas Babel desfaz-se.


E outra vez o homem perde-se.



Mergulha ainda mais fundo
nas trevas
da incompreensão.



Agora já nem o outro consegue entender.
Está ainda mais só(...)

Inventa-se a arte que nos reinventa.

O homem apresenta-se e representa-se na tragédia, mimesis da vida.

A sempre presente nostalgia do paraíso é o destino do homem."



in "hardblog.blogspot.com",por jMAC 13/01/2004

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