21.2.05

"(...)ter medo sem saber porquê."

"(...)experimentava a pressão indefinível
da cidade adormecida. Destes silêncios






de formigueiro paralisado saem vertigens.



Todas estas letargias confundem os pesadelos,
os sonos são uma multidão
e sai desses corpos humanos adormecidos
um fumo de sonhos.




O sono tem sombrias vizinhanças fora da vida;
o pensamento decomposto dos adormecidos
flutua por cima deles, vapor vivo e morto,
e combina-se com o possível
que pensa provavelmente também no espaço(...)




(...)sentiu o frio dos homens mais terríveis
que o frio da noite.
É um frio que tem uma vontade.(...)
O deserto desapiedado tinha-o compreendido;
mas a cidade inexorável era de mais."



in "O Homem que ri", Vítor Hugo

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