7.4.05
"O domínio sobre o indefinido pelo trabalho não se assemelha à ideia do infinito"
labirinto
"O poder da mão que capta ou que
arranca ou que tritura ou que amassa
(...)
As coisas apresentam-se como sólidos de contornos
nitidamente delimitados.(...)
Esta forma que separa o objecto, que lhe delineia
contornos, parece constituí-las.
Uma coisa distingue-se da outra porque
um intervalo as separa uma da
outra.
Mas uma parte de uma coisa é, por sua vez, coisa. (...)
O contorno
da coisa marca a possibilidade de a destacar, de a
movimentar sem as outras, de a levar.
A coisa é móvel, mantém uma certa proporção em
relação ao corpo humano.UMA PROPORÇÃO
QUE A SUBMETE À MÃO; não apenas
à sua fruição.
(...)
A mão desenha um mundo arrebatando
o seu domínio ao elemento, desenhando seres definidos
que têm formas, isto é sólidos; a informação do
informe é a solidificação, aparecimento do captável, do
ente, suporte das qualidades.
(...)
A mão não é assim somente a ponta pela qual
comunicamos uma certa quantidade de forças
à matéria. Atravessa a indeterminação
(...) apanha e abarca, reconhece o ser do ente, pois
é da presa e não da sombra que ela se apodera e ,
ao mesmo tempo, suspende-o, dado que o ser é
o seu futuro.
E entretanto esse ser suspenso, domesticado,
mantém-se, não se gasta na fruição que consome
e deteriora, apresenta-se como durável,
como substância.
(...) as coisas são o não comestível,
a ferramenta o
objecto de uso,
o instrumento de trabalho,
um bem."
in "Totalidade e Infinito", Emmanuel Levinas
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