27.10.05

e a roupa tinha vida própria



A roupa vivia independente, dançava ao seu próprio ritmo, odiava que o corpo a mandasse ajustar, e coordenar-se consigo! Ela era e pronto, existia por si e não precisava do corpo para nada, a ela ele já não lhe dizia nada. Gostava tanto da sua epiderme de tecido, que passou a odiar o corpo que ditador lhe dizia como comportar-se! Então decidiu despir-se do corpo e viver em liberdade.

Mas o vento, amante do corpo, não perdoou a sua leviandade, e largou um grito surdo de raiva que logo fê-la esvoaçar. Nem as molas do estendal, onde se tinha prendido, a salvaram!

Hoje encontra-se muito suja a entupir uma sargeta.

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