20.7.06

da falha

Atento a que o aspecto do que escrevia traduzisse bem o
movimento vivo da sua mão e não se desfigurasse,


perdendo a sua alma e força de expressão,
(...) numa forma que a pouco se aperfeiçoava(...)



A seguir a sua atenção dispersou-se, deixou-se levar e
passou a qualquer coisa nova.



(...) transforma-se inteiramente em música,
não pela sua ressonância exterior e sensível,
mas pela impetuosidade
e potência do seu movimento interior.





(...) sentia que não era ele que fazia o essencial
do seu trabalho mas qualquer coisa de mais alto que





o dominava
e dirigia






(...) o descontentamento íntimo e o
sentimento da sua própria insignificância
abandonavam-no por algum tempo.





in "O doutor Jivago", Boris Pasternak

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