Atento a que o aspecto do que escrevia traduzisse bem o
movimento vivo da sua mão e não se desfigurasse,
perdendo a sua alma e força de expressão,
(...) numa forma que a pouco se aperfeiçoava(...)
A seguir a sua atenção dispersou-se, deixou-se levar e
passou a qualquer coisa nova.
(...) transforma-se inteiramente em música,
não pela sua ressonância exterior e sensível,
mas pela impetuosidade
e potência do seu movimento interior.
(...) sentia que não era ele que fazia o essencial
do seu trabalho mas qualquer coisa de mais alto que
o dominava
e dirigia
(...) o descontentamento íntimo e o
sentimento da sua própria insignificância
abandonavam-no por algum tempo.
in "O doutor Jivago", Boris Pasternak
Sem comentários:
Enviar um comentário