10.8.06

tempo

Depois de ter praticamente me mudado para a FA, com 32 horas de aulas semanais mais outras tantas queimadas a trabalhar para as mesmas cadeiras que não dispensam a "importante" presença dos alunos, não vá depois deixar de ter o direito de ser avaliada!
60% da frequência às aulas é obrigatória senão existe uma espécie de chumbo por faltas ou uma penalização quantitativa do aluno pelo professor. Eu pergunto será que os "meninos" que se "portam mal" e não vão às aulas não se prejudicam à partida tendo provavelmente um aproveitamento inferior. Se isto não acontece das duas uma ou o aluno é excepcional e a classificação obtida é justa, porque a consegue sozinho, ou então o sistema de avaliação é obsoleto e quem avalia tem um grave problema em conseguir ensinar.
Parece contudo que o ensino se voltou para uma espécie de objectivo de classificação do aluno coisificado, tornado em mais um bicho de um "rebanho" onde é carimbado um número no lombo, que se cicatriza deixando marcas e de onde a dita criatura dificilmente conseguirá deixar de ser incluída em subgrupos de "valor". Um aluno de 16 entra para o grupinho dos cromos dos grandes cérebros, o do dezoito coitado (continua) entra numa classificação de "nãofazmaisnadanavida senãoestudaretrabalhar" (este normalmente por ser a minoria deambula sozinho e como tal realmente não tem mais nada para fazer na vida senão estudar, para ocupar o tempo que tem), os dos catorzes que deveriam corresponder à mediania ainda são considerados excepcionais (pelo menos neste país
, nesta faculdade e neste curso), os dos dozes vivem felizes e pululam pelos cantos com os seus bandos de "camaradas" (onde ninguém faz sombra aos outros), os chumbados aparecem e desaparecem (são muito inconstantes,têm que fazer pela vida, pois normalmente os paizinhos deixaram de sustentar os seus vícios, e como nesta faculdade não há horários adequados a quem trabalha estes fazem em média duas a três cadeiras por ano, na melhor das hipóteses).
Algumas cadeiras ridicularizam-se dando matérias que para além de não servirem para nada no mundo da "arquitectura real", tem formas bizarras de avaliar os alunos, remetendo-nos para uma época dourada da pré-adolescência onde preenchiamos (depois de muito empinanço tosco) os espaços em branco depois de analisado o contexto ou a figura.
Outras cadeiras "ciumentas" do estatuto da cadeira de projecto atiram para cima dos alunos tantos ou mais trabalhos do que a cadeira que é central, e ocupa doze horas semanais para além das outras extra para trabalhar.
E é assim que um aluno tem de ir a setembro com a cadeira principal do curso! Para além de ter uma vida fora da faculdade.

Sem comentários: