19.11.06

Albert Speer

Nunca foi manipulado pelo Hitler, a sua ambição era semelhante à do Fürher. Como ele, Speer queria "higienizar" e "estetizar" a cidade de acordo com a sua "unividência".

Sempre se defendeu durante e após o julgamento em Nuremberga, que não sabia o que se passava nos campos de concentração, coisa estranha para alguém que os teria desenhado e vistoriado, várias vezes. Isto para não falar da destruição projectada por ele de todos os "bairros" Judeus.

O filho, também ele arquitecto e urbanista, que sem medo usa o sobrenome Speer defende-se dizendo
sempre que era muito pequeno quando lidou com esse mundo, e que por isso pouco ou nada resta dessas memórias. Faz contudo questão de sublinhar que sem o desenho da cidade a arquitectura boa ou má tem pouca salvação, e que uma arquitectura, mesmo que má, inserida num bom plano urbano terá sempre salvação. Esta visão seria à partida a ideal se as tentativas de "ditar" e "estabelecer" os "parâmetros" de um "bom urbanismo" não tivessem ao longo da história tido as repercussões trágicas que todos nós conhecemos. É demasiado perigoso fazer afirmações de "salvação" pela manipulação do espaço físico, isto porque não tratamos de objectos, não falamos de esculturas sem ninguém dentro. As "casas" "empilhadas" ou "sós" têm "entranhas" para morar gente, e as ruas, praças, jardins, campos, e as relações de espaço privado e espaço público falharão sempre quando se basearem em ideais utópicos de "arrumos" para grupos sociais apelando ao convívio forçado, e consequente guetização de comportamentos e grupos. Haja pachorra!

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