6.2.07

da viabilidade

Um ser humano não é um projecto de infra-estruturas muito menos um orçamento de estado! Acho execrável, imbecil e perigosa a afirmação de que só se possa entender um ser humano a partir do momento em que este tenha condições para viver e produzir independente da mãe.
No limite, se alargarmos este conceito, hoje em dia só nos podemos considerar ser humano quando ganhamos independência físico-motora, económica e emocional dos nossos progenitores (ou de quem quer que dependamos). De acordo com esta condição corrermos o risco de extermínio de boa parte da humanidade como a população dos países subdesenvolvidos ou em vias de desenvolvimento, para além de outros marginalizados da nossa sociedade, de "adolescentes tardios", de pessoas com deficiências motoras, de pessoas em estados terminais ou com doenças crónicas,que reduzem significativamente a sua qualidade de vida e independência (artrites, artroses, diabetes, sida, cancro, Alzheimer,Parkinson, Creutzfeldt-Jacob,distrofia muscular, entre outras doenças como as psiquiátricas).
Fico horrorizada com estas afirmações, sobretudo quando manifestadas pela parte do sim, porque esta pergunta não deve enformar os limites da pergunta, mas deve ser uma forma de chamar as mães e os pais, da "criatura humana" rejeitada a um serviço de aconselhamento onde devem decidir com a ajuda de técnicos (do serviço público sem fins lucrativos) se realmente entendem destruir aquela vida, e aí o médico se não alegar objecção de consciência fá-lo-á até às dez semanas.

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