21.8.07

não olharás para trás

(...)

Terás tu cantado Gaspara Stampa

a quem o amado deixou, possa sentir pelo sublime exemplo de uma tal Amante: Ah ser como ela!
Não será tempo de estas dores antiquíssimas se tornarem
finalmente fecundas? E não será tempo de nós,
os que amamos, nos libertarmos de quem amamos, como trémulos vencedores?
De sermos como a flecha que, vencendo o arco, se solta, toda ímpeto,
passando a ser mais do que ela própria? Pois em nenhum lugar se permanece
imóvel.

(...)


in A primeira Elegia; As Elegias de Duíno,
Rainer Maria Rilke.

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