"(...) Tudo aquilo que fizermos,
de noite CAIRÁ.
Até decidirmos
murar no muro
a primeira esposa
a primeira irmã (...)
A Bela não parou
e continuava a vir
e aproximava-se mais
Quando (...)viu isto
Chorou-lhe o coração
Ajoelhou-se de novo
E rezou ao senhor
Mas(...) Não voltava
e continuou a vir
e pelo caminho hesitava
e aproximava-se mais
(...) P E R T U R B O U _ S E
beijou a sua bela
levou-a pelo braço
subiu aos andaimes
colocou-a sobre o muro
(...) "Está firme minha bela
não te assustes
se te murarmos
(...) E pois começou a
CONSTRUIR o muro
a executar O SONHO
O M U R O subiu
e enclausurou-a
(...)o muro APERTA-ME
e esmaga o meu corpo
(...) Já se não via
Mas lá se ouvia
O muro aperta-me(...)"
in "A Lenda de Mestre Manole", lenda tradicional romena segundo versão de Mircea Eliade
2 comentários:
Até parece que foste tu que tiveste a iniciativa de ler o livro... não terá sido uma sug... aliás uma obrigação de o ler, que tiveste a sorte de o conhecer?
Eu não vejo uma suposta obrigação como falta de iniciativa...
Nem tudo o que lemos vem-nos bater à mão por iniciativa própria. E isto não tem de ser necessariamente mau, eu não nasci a saber tudo e ainda bem, porque senão a vida não faria sentido.
E não será isso o que de mais interessante tem o nosso mundo, aprendermos com os outros, e nunca nos encerrarmos em redomas de certezas
estas podem tranquilizar-nos, mas depois se algum dia esta deixar passar um ruído externo que seja a redoma parte-se e resvalamos abruptamente para um mundo que deixou de nos ser conhecido.
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