12.6.06

Artérias


Vivemos despedaçados à procura dos nossos corpos que se espalham pela terra inteira. Grita o ventre que quer esquecer o pecado, geme o fígado que pretende aderir ao costado direito. E o coração em mil bocados, entra nos becos mais miseráveis e pergunta onde está o sangue que o forma.


As cidades (...) sempre incompletas, têm de ser permanentemente reconstruídas pelas mãos dos construtores. As cidades estão sempre em construção, estão sempre inacabadas. Os bocados das cidades têm de ser presos uns aos outros, colados, atados, atamancados, improvisados, inventados, para que não se desmorone tudo, para que fique alguma coisa, para que algumas coisas existam(...)


in "As cidades não têm entrada nem saída, não têm ordem nem paisagem" , Alexandre Melo

Sem comentários: