22.8.07

a cada um o seu inferno

mecanicamente executamos
desenhamos com as regras "geométricas" e limitadas pelo rato
fechamo-nos entre um teclado e um ecrã
fechamo-nos para o sol, para o ar, para o movimento
as mãos doem-se, magoam-se a si próprias no seu movimento
o rato move-se mil vezes em nós , torna-se a nossa extensão
é um nosso membro como um braço
e embora se movimente para além do espaço onde é retido pela mão
e pelos limites da mesa,
expande-se sobe, desce, faz rodar o mundo "imagem"

e nunca mais chega ao fim
e o movimento perpetua-se, já está marcado no corpo
já faz parte de nós

no fim esforçamo-nos para que inversamente aos
computadores nos contentemos em não
conseguir executar "undos" na nossa vida

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