21.8.07

metonímia

(...)

Aqui é o tempo do dizível, aqui a sua pátria.
Fala e proclama. Mais do que nunca
perecem as coisas, as que se podem viver, pois
o que as substitui, tomando o seu lugar, é um fazer sem imagem.
Um fazer sob crostas, que querem rebentar, assim que
por dentro o agir cessa e se limita de outra forma.
Entre as marteladas persiste
o nosso coração, tal como entre os dentes
a língua, que, no entanto,
apesar de tudo, continua a louvar.
(...)


in A nona Elegia; As Elegias de Duíno, Rainer Maria Rilke.

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