17.5.10

Trintões

Os trintões dos anos 80 eram muito mais velhos e responsáveis que os trintões de hoje. Se calhar não tinham de passar recibos verdes ao final do mês...

4 comentários:

jraulcaires disse...
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jraulcaires disse...

Sem pretender ser "possidónio":

Nos anos oitenta, há trinta anos, exitiam muito menos licenciados do que há hoje. Isto sem pretender fazer de um licenciado uma sumidade que tem direito a tudo...

Porque, se quisermos ver como viviam as pessoas cá em Portugal, nos anos de sessenta ou cinquenta, pelo menos, podemos ter dados relativamente precisos..


Já não falo (aliás, prefiro até falar de dados imprecisos) das taxas - as taxas em relação ao anafalbetismo rendimentos médios (mesmo atendendo a que a riqueza estava como sempre esteve e estará mal distribuida), condições de habitação...

Basta pegar um romance qualquer ao acaso para ficarmos a saber, por exemplo como é que viviam os empregados de escritório, não tinham casa própria e viviam em pensões ali à praça do Chile (ainda tive uma tia idosa que vivia com os patrões, nunca teve segurança social, etc) as criadas de servir, que ainda não eram funcionárias domésticas mas eram servas da gleba puras e simples - continuam a ser um pouco: não pagam impostos, raramente têm segurança social, etc...

Por acaso, até concordo em que em tempos idos, uma pessoa qualquer que tirava um curso até era um senhor doutor, podia almejar até a uma série de coisas até que transcendem a estabilidade profissional, etc...

Porque dantes, para isso,.bastava o Liceu, como é exemplo das pessoas que fizeram as suas carreiras na banca, nos escritórios em geral, algumas até na publicidade, etc...

Nos tempos que correm, existem muito mais pessoas formadas, graças a deus, acho que todas as pessoas têm mais aspirações... - por outro lado vivemos num sistema económico que se tem agilizado, que parece muito competitivo e em que parece, por vezes que o dinheiro é o único fiel da balança para todas as coisas...

Sempre o foi, de uma maneira ou de outra. Mas parece que nos nossos dias se torna cada vez mais difícil conciliar as recompensas espirituais que poderíamos retirar do trabalho com as contrapartidas mínimas susceptíveis de assegurar a nossa sobrevivência, de modo sustentado e perene...

Em parte, também somos diferentes: é que para muitas pessoas da gerações que nos antecederam, a maioria delas, o trabalho era meramente um dever, não tencionavam tirar daí qualquer recompensa em termos espirituais: apenas o sustento ou mais umas massas, que essas sim, podiam ser convertidas em qualquer espécie de conforto, espiritual inclusive.

A nossa sociedade actual é muito mais consumista e hedonista (até acho bem). As pessoas estudam mais, investem muito mais no seu trabalho e encaram-no como um meio de realização pessoal e perante a sociedade. O que também acho bem. Mas note-se que isto até há uns tempos era qualquer coisa que era previlegio apenas de algumas "elites"...

Praa concluir, deixo a minha modesta opinião:

Acho que dantes as pessoas de facto envelheciam muito depressa, mas não vejo nenhuma vantagem nisso.

Que as pessoas das gerações mais novas também são cesponsáveis em relação ao tipo de sociedade em que vivemos: queiramos ou não, este é o nosso tempo temos uma herança, mas também a soubemos moldar às nosas circunstâncias...

Que, nos dias que correm, vivemos num mundo muito diferente em que viveram os nossos pais: existem uma série de progressos tecnológicos, mutações sociológicas, etc (não sei o que está primeiro - se é o ovo ou a galinha) que tornam a sociedade em que vivemos, o mundo em que vivemos - porque tudo isto tem uma escala enorme - muito diferente do mundo em que viveram os nossos pais..

Não quero dizer com isto que eu defendo os recibos verdes e coisas similares...

Mas para mim é óbvio que aquela coisa que existia dantes de se ter um emprego duradoro ou para a vida - já foi...

E, em conformidade, acho que é a essa realidade que a nossa legislação laboral tem que se adaptar - de modo a dar aos que trabalham, enquanto trabalham os seus direitos e aos que não trabalham a possibilidade de se reintegrarem.

Cumprimentos.

Já agora, por uma questão de honestidade, digo o seguinte; já passei dos 40. Já não tenho 30...

Anónimo disse...

quem foi o engraçadinho? Comenta e foge?

jraulcaires disse...

Já agora, fui eu o engraçadinho. Retirei o comentário para rever as gralhas. Ainda as tem.