3.2.10

Anúncios para emprego

Empresa

Sedeado em Lisboa, admite 1 Arquitecto com 2 anos de experiência nas fases de Execução, Acompanhamento de Obra, em regime de Tempo Integral com vínculo Prestação de Serviços. Admissão Imediata. Preferência por candidatos da Zona de Lisboa. Pretende-se com exclusividade, aptidão comercial, criatividade, versátil. Domínio da Informática Office (Processador de Texto/ Folha de Cálculo), AutoCAD. Enviar Curriculum Vitae para: E-mail: inesmartins@marmorescentral.com.pt

Ora poderá até ser discutível falarmos de um regime de tempo integral (o que isto será? A lei do trabalho fala em não mais de 40 horas de trabalho semanais)num vínculo de prestação de serviços (embora tempo integral? O que se entenderá então por tempo integral?). Para nós o tempo é demasiado relativo. Muitas horas de trabalho... Mas se calhar o produto final é sempre independente das horas, porque é o mais relevante. O cliente só paga a satisfação, não paga a quantidade de horas improdutívas (quantidade não significa satisfação). Ora prestação de serviços já será completamente incompatível com a exigência de exclusividade. Ou seja mesmo que os queridos empregadores nos obriguem a "dormir e comer e coçar o rabo" quase 24 horas por dia na dita empresa, obrigar-nos a não produzir para outros ao abrigo da aclamada prestação de serviços é um bocadinho demais.
Mas espantem-se todos quando souberem de onde vem este querido anúncio.
Vão ali e voltem. Na secção de oferta de emprego.
Mas para que é que continuamos a pagar a estes senhores?

7 comentários:

jraulcaires disse...

Súcia de parasitas. Eu é que lhes arranjava trabalho - Como dizia o velho Lenine (de quem não sou grande fã)...

jraulcaires disse...

Já agoara:

http://encontrarportugal.blogspot.com/2006/02/gerao-mil-euros.html

jraulcaires disse...

Já agora, acrca da malfadada Ordem, temos aquilo que merecemos. Eu que nunca fiquei calado, já fui alvo de perseguições e "prejudicações".

Agora, já não me respondem aos mails.

Ah... - e se nos unissemos para, muito pura e simplesmente os mandar passear.. - mas não... começa com os putos que aceitam estagiar de borla a enfardar sacas e acaba... - sei lá onde... - tudo de olhos em bico, atrás da cenoura... Se calahar custava muito, ou custa muito dizer: Não trabalho sem condições ou nestas condições, e partir para outra até ver...

assim, acabando a "mama", talvez esses senhores acabassem, eles em vez de nós, esganados de fome...

Mas não, somos todos muito narcisistas, como dizia o outro "tudo mundo acha que pode ser poeta"... e todo o mundo vai na cantiga... e assim, perpétuamos e damos corpo a esquemas iníquos...

A médio prazo ando-me a prepara para lhes fazer a cama. tenho que criar condições. Mas depois... alguma coisa há-de poder ser feito, até porque existe muita gente descontente...

jraulcaires disse...

Já agora, acerca da malfadada Ordem, temos aquilo que merecemos. Eu que nunca fiquei calado, já fui alvo de perseguições e "prejudicações".

Agora, já não me respondem aos mails.

Ah... - e se nos unissemos para, muito pura e simplesmente os mandar passear.. - mas não... começa com os putos que aceitam estagiar de borla a enfardar sacas e acaba... - sei lá onde... - tudo de olhos em bico, atrás da cenoura... Se calhar custava muito, ou custa muito dizer: Não trabalho sem condições ou nestas condições, e partir para outra até ver...

assim, acabando a "mama", talvez esses senhores acabassem, eles em vez de nós, esganados de fome...

Mas não, somos todos muito narcisistas, como dizia o outro "tudo o mundo acha que pode ser poeta"... e todo o mundo vai na cantiga... e assim, perpértuamos e damos corpo a esquemas iníquos...

A médio prazo ando-me a preparar para lhes fazer a cama. tenho que criar condições. Mas depois... alguma coisa há-de poder ser feito, até porque existe muita gente descontente...

Se querem ver o que são ordens profissionais, vão por exemplo à<s pçáginas dos colégios dos arquitectos espanhois ou à do RIBA...

jraulcaires disse...

Só para prosseguir: as associações que referi, são exemplos de institições realmente preocupadas emnquadrar a prática e o exercício profissional, sem falsos corporativismos, e varrem tudo, de
sesde o ensino, a formação, o exercício e a prática profissional... o compromisso começa quando se inicia um ciclo de estudos... - Não são agremiações pseudoculturais que organizam "chás das tias" para promover sempre os mesmos tipos, os amigos enquanto se dedicam a congeminar como é que podem pôr os outros a quatro patas.

Ainda me lembro de um atelier em que trabalhei, com condições, claro, porque nunca na vida aceitei trabalhar sem condições e muito menos enquanto assalariado (mas note-se que trabalhei e trabalho mesmo muito e a sério, e, isso nem todos querem, existia lá uma publicação do colégio dos arquitectos da Galiza, muito organizada e sistematizada que parecia uma enciclopédia de edificações - tinha tudo - estruturas, instalações, iluminação, térmica acustica, paredes assim assado, frito e cozido, etc... - e note-se que isso é apenas a ponta do iceberg, porue, como é óbvio a Arquitectura não se resume a isso. Mas tudo issso é reflexo de alguma coisa - a Espanha é um país industrializado, que polémico ou não, constroi o Gugenhein de Bilbau dentroi do prazo e dos custos, nós somos um país em que os problemas estruturais ainda estão por resolver. A ordem, nesse capitulo, devia ser um parceiro e um promotor de desenvolvimento. Devia trabalhar com as universidades, com as instituiçõesw que fazem investigação, com os profissionais...

Note-se que ser arquitecto não é fácil em país nenhum. É sempre uma profissão muito exigente, trabalhosa, são sempre necessários muitos anos de estudoi e de trabalho, tenacidade, preseverança, etc.. a tal conversa da inspiração e da transpiração...

Agora, quando é o próprio "grémio" a minar tudo, a favorecer os preguiçosos e os instalados, etc...

jraulcaires disse...

Outra questão, e peço desculpa pelo relambório, que ainda por cima está pejado de gralhas, talvez, porque por vezes sou um bocado emocional quando tenho que me referir a estas coisas:

A nossa Ordem, que já foi uma associação (que tinha pelo menos a virtude de não chatear ninguém)ainda funciona muito assente numa determinada "cultura de atelier" que já não existe, pelo menos cá em Portugal. Será, a par das condições económicas e das ligadas aos nossos esquemas laborais mais ou menos precários que se verificam cá em Portugal, e não se verificam só na Arquitectura, verificam-se em muitas actividades com especial incidência naquilo que podemos designar por "industrias culturais" - as razões são comuns em todo o lado - há muita gente - mas com a diferença que lá fora não existem borlas, nem recibos verdes... - em contrapartida, rescinde-se um contrato de um dia para o outro - pode ser chato, mas é muito melhor - que levam os nossos jovens a procurar Herzogs e Meurons, as holandas etc...

Os nossos ateliers são na grossa maioria fábricas de aviar chouriços, aqueles que eram os velhos mestres, havia os senhores do Porto, com as suas linhagens, etc, e os de Lisboa, mesmo com todos os defeitos que isso possa ter - e basta ver as obras dos discípulos do Carrilho da Graça, por exemplo, - extinguiram-se reformaram-se ou já não funcionam nas mesmas condições...

O Siza, tem que fazer "Dumping" nos honorários (dele próprio, diga-se em abono da verdade)e é o primeiro a dizer que um atelier não é uma escola... - e depois, há os outros todos...

Que é que as pessoas vão aprender com esses gajos? - estamos no domínio da ficção... - esses gajos têm é que ter condições para remunerar condignamente as pessoas e é se querem alguma coisa... - Já não existe o "tio" Teotónio, nem o Manuel Vicente, nem o Victor Figueiredo, etc, nem há condições mais para pensar a prática de determinadas formas. O que se impinge nos nossos dias às pessoas é uma falácia. Basta ver o que o Byrne anda a fazer...

Ainda por cima, nos nossos dias, temos uma grande circulação de informação, quem quiser e for capaz de aprender tem muito onde ir beber e existe um vasto conjunto de realidades novas que precisavam de ser equacionadas...

Tenho a convicção, que, como em todas as áraes se trata de um problema de desnvolvimento do país, agravado pelo perpétuar de toda a sorte de interesses instalados e "encasquetados". E tudo também decorre de sermos submissos e acríticos.

Tenho para mim que as coisas irão ao sítio, com o tempo...

Entretanto andamos literalmente a espetar como gerações no caixote do lixo...

jraulcaires disse...

Era então quase a hora sexta, e toda a terra ficou coberta de trevas até à hora nona; escureceu-se o sol e rasgou-se pelo meio o véu do templo.

Bom fim-de-semana.